Livros
Encadernados ou não,
daqueles grossos, pesados,
com letra pequenininha.
Daqueles leves, fininhos,
que vivem meio amassados.
Dos antigos muito raros,
com páginas amareladas.
Dos caros e elegantes,]recheados de pinturas.
Daqueles com fotos e mapas.
Dos repletos de gravuras.
Dos que têm contos, novelas,
romances, trovas, ensaios,
poesia, mitologia,
alquimia, geometria,
história, filosofia,
geologia, geografia.
Na verdade vou dizer,
são tesouros de papel.
Mas aquele que eu prefiro
é um cheio de desenhos,
um volume muito antigo,
do tempo do meu avô,
mostrando um pouco de tudo:
animais de todo tipo,
as árvores e as plantações,
os tipo de flores e frutas,
e como vivem os povos
nos quatro cantos dos mundo;
e os tipos de comida,
e os meios de transporte,
e os últimos inventos,
e as roupas que a gente veste,
e as festas mais populares,
e as estações do ano,
tudo isso e muito mais,
mas não do tempo de agora,
pois o livro é muito antigo.
Vou folheando, encantado,
perguntando, pensativo,
como pode tanto assunto
caber assim num só livro?
Ricardo Azevedo. Livro de
Papel, 1ª edição, São Paulo: Editora Brasil, 2007